Ah, o Brasil, eterno palco de grandes produções, onde a corrupção é o roteiro mais encenado e a Polícia Federal, nossa produtora de blockbusters. Mais uma sexta-feira, e o que temos? Um novo episódio estrelado pelo "Careca do INSS"! É quase como um ritual, não é? Aquele momento de "chocante, mas nem tanto".

O protagonista da vez, Antônio Carlos Camilo Antunes, o famoso Careca, foi flagrado operando um esquema que faria inveja a qualquer roteirista de Hollywood. Imagine: com um "modesto" salário de gerente (uns R$ 24 mil por mês, que "luxo"! ��), o homem conseguiu ser sócio de 22 empresas, muitas delas especializadas em... adivinhe! Desviar o dinheirinho suado dos aposentados. Que audácia!

E, para não perder a pose, nosso Careca visionário mantinha uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. Porque, convenhamos, guardar a fortuna desviada em conta corrente no Brasil é coisa de amador, não é? É preciso um toque de glamour internacional para o dinheiro que, segundo a PF, deveria ter ficado no bolso de quem trabalhou a vida toda.

A cereja do bolo, como sempre, vem com a apreensão dos brinquedinhos de luxo. Uma Ferrari F8, réplica da McLaren do Senna... É de se perguntar: o crime compensa em termos de frota veicular, pelo visto. A gente até imagina o manual do "corrupto bem-sucedido": Capítulo 1, "Como espoliar o INSS"; Capítulo 2, "Investimentos em veículos de alta performance".

A CPMI, com seu timing impecável, aprova a quebra de sigilo. E lá vem a surpresa (ou a não-surpresa): milhões movimentados contra um salário declarado que mal pagaria a gasolina da Ferrari. Quem diria que o "gerente" era, na verdade, um gênio da engenharia financeira... do mal?

Mas entre um Bentley e um Porsche apreendido, fica a reflexão: quantas vezes já assistimos a essa mesma peça? Operações espetaculares, manchetes impactantes, vilões presos, bens confiscados... e depois? A impressão que fica é que, enquanto aplaudimos a performance da PF, as raízes do problema continuam intocadas. Cortamos uma flor, mas o jardim da corrupção segue florescendo com vigor.

É um ciclo vicioso onde o show tem que continuar, mas a solução parece ser sempre adiada. O Careca de hoje é a notícia, mas o próximo já deve estar aquecendo no banco de reservas, pronto para seu grande momento. E nós, o público pagante, nos perguntamos: até quando teremos que nos contentar com "mais do mesmo", enquanto a aposentadoria real se afasta cada vez mais da realidade? A pipoca está pronta. 🍿

É só Minha Opinião

Ah, o Careca do INSS... Mais um capítulo, mais uma apreensão de Ferrari, mais uma offshore no currículo. E nós, meros mortais, aplaudimos o show da PF, com a íntima certeza de que a cortina vai se fechar e... nada.

Porque no nosso Brasil, a balança da justiça tem um peso diferenciado: um lado pesado em dinheiro, o outro leve em privilégios. Não importa a montanha de provas, as 22 empresas ou o esquema que faria Robin Hood chorar de inveja. A gente já sabe o roteiro de cor: prisão espetacular, talvez uma temporada na "cadeia VIP" e, por fim, a liberdade ou uma pena que, para quem desviou milhões, é apenas um arranhão.

Afinal, a justiça é cega, mas não para quem tem bons advogados, bons contatos e uma conta bancária igualmente "boa". Enquanto o aposentado segue contando os centavos, o Careca (ou qualquer outro "iluminado") já deve estar planejando o próximo esquema, talvez com um novo nome, mas a mesma velha impunidade. E a gente? Segue assistindo ao espetáculo, esperando o dia em que o final feliz será para quem realmente merece.