A COP30 deveria ser um marco histórico para a Amazônia e o combate às mudanças climáticas, mas uma pergunta incômoda ecoa pelos corredores de Belém: como uma conferência sobre justiça climática pode se tornar um símbolo de injustiça social? Em novembro de 2025, a capital paraense receberá a maior conferência climática do mundo, com delegações de 195 países discutindo o futuro do planeta. Contudo, os números da hospedagem são escandalosos e revelam uma realidade perversa. Hotéis que cobravam 150 reais a diária agora exigem 2.500 reais por noite, um aumento de mais de 1.500%. Pousadas simples inflacionaram seus preços de forma predatória, transformando quartos básicos de 200 reais em acomodações de 3.000 reais. Para uma delegação de cinco pessoas ficarem uma semana, o custo de hospedagem ultrapassa 100 mil reais. Países africanos, pequenos Estados insulares e ONGs ambientais - justamente aqueles mais afetados pelas mudanças climáticas - simplesmente não conseguem pagar. A ironia é cruel: os mais vulneráveis às consequências do aquecimento global estão sendo excluídos da discussão sobre soluções. Belém possui apenas 18 mil leitos para receber até 70 mil participantes, uma matemática que não fecha. O governo promete soluções como navios-hotel e escolas adaptadas, mas isso não resolve o problema central: a mercantilização de um evento de interesse público global. Enquanto empresários celebram lucros extraordinários, representantes de comunidades tradicionais, pesquisadores de países em desenvolvimento e ativistas ambientais enfrentam uma barreira financeira intransponível. Uma conferência que deveria promover equidade climática está reproduzindo as mesmas desigualdades que criaram a crise ambiental. Quando apenas os ricos podem participar das discussões sobre sustentabilidade, perpetuamos o sistema que devasta o planeta em nome do lucro. A COP30 corre o risco de se tornar um encontro de elites enquanto as vozes mais necessárias são silenciadas pelo poder econômico. Belém merece sediar a COP30, mas não assim. Como construir um futuro sustentável quando excluímos dos debates exatamente aqueles que mais precisam de justiça climática?

É SÓ MINHA OPINIÃO!

Que show de ganância! Os hoteleiros paraenses conseguiram o impossível: fazer até milionário achar caro. Agora estão chorando porque ameaçam mudar a COP de estado? Eu acho é pouco! A falta de noção foi tanta que mataram a própria festa. Mereciam mesmo perder o evento. Transformaram oportunidade histórica em circo da ganância. Quem mandou ser ganancioso demais? Agora chorem no travesseiro vazio dos hotéis que ninguém consegue pagar.